Não se pode dizer que Clint Eastwood tornou-se um dos maiores cineastas de todos os tempos à toa. Ele teve a sorte, ainda no início de sua carreira, de cruzar em seu caminho com ninguém menos do que o diretor italiano Sergio Leone. Juntos, fizeram Por um Punhado de Dólares (1964), o primeiro de uma trilogia de westerns, que incluiria ainda Por uns Dólares a Mais (1965) e The Good, The Bad and The Ugly (1966). Sergio Leoni é considerado um dos pais do spaghetti western, mas não ficou só nisso. São dele clássicos como Era Uma Vez no Oeste bem como seu canto do cisne, Era uma Vez na América, com Robert De Niro, James Woods e a ainda garotinha Jennifer Connelly.


Mesmo tendo ultrapassado os 80 anos, Eastwood é um gênio (ainda que ele não o admita) que esbanja sensibilidade e carisma, tanto é que uma imagem foi muito marcante há alguns anos, durante a entrega do Oscar. Eastwood, Martin Scorsese (o grande vencedor da noite com Os Infiltrados) e Steven Spielberg (que dispensa elogios) subiram juntos ao palco, numa demonstração clara de que o trio é mesmo imbatível. Juntos, os três representam o mais respeitável conjunto de obras que já se teve notícia. É claro que outros cineastas poderiam estar ali, mas justamente os três tem em sua biografia o fato de que mesmo seus piores filmes são bons. Talvez faltasse a companhia de Alfred Hitchcock, John Ford e Billy Wilder naquela noite...
Artista completo, Eastwood consegue arrancar da platéia grandes emoções. Quem não se comoveu com o destino cruel da jovem e teimosa pugilista em Menina de Ouro? Quem não se emocionou com o tórrido romance vivido entre ele e Meryl Streep em As Pontes de Madison? O vigor de seu trabalho continua, mesmo na chamada terceira idade. Dois filmes de guerra realizados simultaneamente; Gran Torino e Invictus (mais recentemente) garantem que Eastwood talvez seja o cineasta que é pelo fato de nunca fazer o mesmo filme duas vezes.
Eastwood deve praticamente tudo a Sergio Leone. Não tendo este último cruzado em seu caminha sua trajetória seria bem mais dificultosa. Minha opinião é que Não teria chegado onde chegou. Foi a partir da trilogia que fez com Leone que os diretores americanos, como Don Siegel tiveram sua atenção voltada pára ele. Antes disso Era ainda um ator desconhecido e sem nenhum carisma na série Howhide e se não aceitasse o convite do diretor italiano para filmar na Europa permaneceria no mesmo por muito tempo. Continuaria sem chamar a atenção dos diretores de Hollywood por muito tempo. Foi o impacto causado pelo estilo dos filmes leonianos que fez com que fosse levado a sério em Hollywood. O sucesso dos spaghetti westerns de Leone na Europa e depois no mundo todo deve-se muito mais ao estilo do diretor e não tanto á presença do ator norte americano, como. É o estilo barroco, operístico, incomum na época, e ainda hoje que engrandece e chama a atenção para os três filmes. A presença de um ator alto, bonitão,louro e de olhos azuis ajuda, mas nesse caso não foi o que determinou o grande sucesso da trilogia. Existiam atores na Itália que poderiam ter sido escalados como Franco Nero e Gianni Garko, no entanto leone queria um americano para passar mais autenticidade às platéias e críticos americanos. Django de Sergio Corbucci de 1966 fez quase tanto sucesso, alguns dizem que até mais, que Por um punhado de dólares e teve como protagonista Franco Nero, um italiano. O mesmo ocorreu com a série Sartana, com Gianni Garko, no final da década de 60. Enfim Eastwood teve muita sorte e naquele momento nem imaginaria que ia se conectar com a pessoa certa que passaria bagagem e inspiração para ele e o catapultaria para o centro de Hollywood.
ResponderExcluirNa 6ª linha do texto digitei Howhide. Corrigindo, o nome da série estrelada por Eastwood antes do trilogia spaghetti de Leone era Rawhide, "Couro crú".
ResponderExcluirCorrigindo outra parte do texto que ficou inconclusa:
O sucesso dos spaghetti westerns de Leone na Europa e depois no mundo todo deve-se muito mais ao estilo do diretor e não tanto á presença do ator norte americano, como alguns tentam passar.